sábado, 22 de setembro de 2012

Cafezinho no Japão chega a custar o equivalente a R$ 12

Tomar um cafezinho, de preferência brasileiro, é muito chique no país. O consumo de café na Ásia não para de crescer. Com isso, a iguaria chegou ao maior valor em 35 anos.


   
      Uma bebida que os brasileiros consomem a qualquer hora, com a maior naturalidade, tem uma imagem completamente diferente no Japão. De Tóquio, o correspondente Roberto Kovalick mostra a que ponto chega o valor de um cafezinho por lá.

      Tomar um cafezinho, de preferência, brasileiro, é muito chique no Japão. Para comprovar a origem, um mapa mostra o estado onde o café foi plantado e para atrair os consumidores, as cafeterias adotam nomes em português: Café do Centro, Café Doutor.

      Existe até uma espécie de boutique de café, com 50 das melhores variedades do mundo inteiro. Entre elas, café brasileiro. Um dos melhores é o café do cerrado, que é torrado, na hora, a precisos 245°C por exatos 230 segundos, o ideal para manter o aroma adocicado e suave. O saquinho com 100 gramas é vendido pelo equivalente a R$ 14. Ou seja, o quilo sairia por R$ 140.

      O consumo de café na Ásia não para de crescer. Na Índia, dobrou nos últimos dez anos. Uma das explicações é que milhões de pessoas estão deixando a pobreza e passam a ter dinheiro para experimentar novos sabores. Com isso, o café chegou ao maior valor em 35 anos. Só no ano passado, dobrou de preço.

      Em Tóquio, já há cafeterias vendendo uma xícara pelo equivalente a R$ 12. Aquele cafezinho para ajudar na digestão já está custando quase o preço do almoço.

      Para preparar um café tão caro, é preciso fazer curso, que pode demorar um ano. Esses profissionais ganharam o nome de baristas e existem até campeonatos para escolher os melhores. O resultado: uma obra de arte dentro de uma xícara. Cara, mas perfeita.


O jeito japonês de apreciar cafés especiais

Tradições oriental e ocidental se unem em torno do ritual de beber café


      A tradição oriental e a admiração de boa parte do público japonês pelos hábitos ocidentais misturaram-se de forma a criar uma cultura própria de apreciação de cafés especiais no Japão. O país é hoje um dos principais mercados para esse produto no mundo.

      Já é comum os japoneses refugiarem-se em cafeterias encravadas em Tóquio e outros centros comerciais do país, para relaxar entre um compromisso e outro. Até mesmo grandes redes, não necessariamente ligadas a cafés especiais, tiveram de adaptar seu modelo internacional para se adequar aos hábitos nipônicos. Em vez de focar a venda em cafés to go, as lojas passaram a investir na ambientação e no número de mesas disponíveis na cafeteria, para agradar ao cliente interessado em um momento de descanso. Com pressa mesmo, só o produto de qualidade comercial, consumido no metrô e vendido em máquinas similares às de refrigerantes.


Rituais que se completam:

      Outra típica característica japonesa que tem tudo a ver com a cultura dos cafés especiais é a meticulosidade. Com a habilidade de quem faz delicados origamis, grandes baristas têm surgido na Terra do Sol Nascente. Vencedor de alguns dos principais prêmios de latte art do mundo e capa da revista Barista de fevereiro, Hiroshi Sawada é um dos expoentes desse fenômeno.

      Por outro lado, a nova cultura japonesa do café, que ganhou força nos últimos 10 anos, é também um reflexo da admiração de parte do público consumidor local por hábitos ocidentais (um sinal de contemporaneidade e status para muitos japoneses). Mas guarda suas peculiaridades, como a preferência pelo café coado. Embora o espresso também tenha seus adeptos, preferencialmente nas casas especializadas em latte art, o café passado a mão tem ganhado espaço entre os adoradores dos cafés especiais. Nessa onda, o Japão é conhecido por fabricar alguns dos melhores equipamento para drip coffee, como cones e kattles desenhados especialmente para o ritual caseiro.

      Para um país que não conhecia café até o início do século 20, o Japão tem se mostrado uma agradável surpresa no mercado de grãos especiais.


Observação: Post feito especialmente para o leitor cafeinado Joviniano Oliveira Jr., que morou um tempo no Japão!!


Fonte: Jornal Nacional
             NUCOFFEE

4 comentários:

  1. Thays,
    Obrigado pelo post.
    Cheguei no Japão em 94, e lá tive os primeiros contatos com café "de verdade". Ainda recordo quando abri uma embalagem com um café de excelente qualidade e logo subindo aquele aroma maravilhoso. Café brasileiro, diga-se de passagem.
    Também me surpreendia o fato de encontrar quiosque de supermercado de uma cidade com 100.000 com uns 20 tipos de grãos de café. Aí era do mundo todo: Kenya, Costa Rica, Indonesia, Colômbia e por aí vai.
    Apenas como referência, vão aí dois links para suas pesquisas:

    http://ilovecoffee.co.za/2010/07/05/people-in-japan-like-to-bathe-in-coffee/

    http://baristaamateur.blogspot.com.br/2011/12/japan-and-my-coffee-experience.html

    Grande beijo,
    Jovi

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    1. Que bom que gostou! Vou fuçar os sites que vc me enviou! Bjoss!

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  2. Excelente matéria! Um dia eu ainda vou para o Japão.

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